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6 de março de 2014

Sempre admirei essa menina…http://www.vitoriafrate.com.br/
Ligada às artes desde a infância, Vitória Frate cresceu assistindo à irmã, Ana Markun, atuar na companhia Atores de Laura. Filha de jornalistas, a pré-adolescente loirinha gostava de reunir as amigas e escrever pecinhas. Tímida, tinha certeza de que atuar era para pessoas expansivas. Quem a vê na TV, na pele da revoltada Julinha de Caminho das Índias, sua estreia em telenovelas, demora a acreditar que seu passeio preferido é ir ao cinema com a avó. Atenta, antes de decidir pela mesma profissão da irmã mais velha, Vitória saiu para descobrir o mundo e suas paixões. Viajou pela Europa, estudou fotografia na Nova Zelândia e quase optou por Egiptologia, estudo da cultura egípcia, até voltar ao Rio de Janeiro e seguir o caminho da comunicação. Na PUC, enquanto cursava jornalismo, atuava em alguns trabalhos de faculdade dos colegas e pegou gosto. ”Quando percebi, já tinha largado o jornalismo e estava completamente mergulhada na carreira de atriz. Acho que eu tinha medo de optar por uma profissão tão instável, que exige tanto da gente emocionalmente. Mas não adiantou fugir, o teatro me abduziu.”

Você protagonizou o filme Era uma Vez, mas fazer novela das oito causa uma repercussão muito grande. Como você lida com esse sucesso?
O sucesso vem pelo reconhecimento do trabalho, e isso é muito gratificante. É bacana quando as pessoas me param na rua para elogiar, brincar ou até para brigar comigo por causa das atitudes da Júlia. Significa que todo o trabalho empenhado está chegando até o público, o que me deixa muito feliz. Mas, também tem um lado difícil, que é o excesso de exposição. Ainda estou começando, entrando nesse meio, não sei exatamente como agir para me preservar. Tem acontecido uma coisa engraçada por parte da imprensa. Desde que a Júlia entrou nessa fase revoltada, algumas publicações tentam me vender de uma forma polêmica. Como se a Vitória se misturasse com a Júlia. E isso é bem complicado.

Você acha que pode perder a identidade diante do público?
Vira e mexe leio umas entrevistas e não me reconheço naquelas declarações. Isso dá um nó. Porque várias pessoas que não me conhecem passam a me ver através desse filtro, dessa imagem que vai sendo construída e que não corresponde necessariamente a quem sou. Fora a sensação de estar sendo julgado o tempo todo. Mas eu amo muito o meu trabalho e não tenho a menor dúvida de que é isso que quero para a minha vida.

Interpretar a Julinha realiza você profissionalmente neste momento?
Muito. A Júlia é uma personagem rica. Ela passou por uma curva dramática muito grande. Começou a novela como uma menina ingênua, doce e delicada, e foi aos poucos se transformando em uma pessoa cheia de conflitos, agressiva e acuada ao mesmo tempo. A Júlia me permite investigar razões e sentimentos muito profundos e contrastantes. Fora o tanto que eu aprendo a cada dia de trabalho, com a equipe, com os colegas de elenco. Tenho certeza de que já sou uma atriz diferente hoje da que eu era quando comecei na novela. E espero que daqui para frente seja sempre assim, que eu possa aprender tanto com os próximos trabalhos quanto com esse.

Em breve você volta ao cinema. O que esperar de Por Enquanto?
Um filme sensível, simples, profundo e engraçado. Feito por uma galera jovem, com muita vontade e paixão.

Você parece muito madura para sua idade. Pelo menos é o que enxergamos por você ter namorado o Ângelo Paes Leme (um homem bem mais velho), ter seu apartamento, uma carreira. Você se considera uma jovem mais madura que a maioria?
Não! De forma alguma! Mas isso sempre foi assim, sabia? Desde criança. Acho que sempre fui muito atenta e muito séria na forma de me expressar, por isso essa impressão. E tem o fato de eu nunca ter tido muito medo da vida, o que faz eu me jogar em tudo com bastante intensidade. Eu não tenho medo de entrar em uma situação de cabeça e dar errado, falhar. Para mim a vida é isso. O que vale são as experiências em si e não o lugar onde elas nos levam, isso é consequência. No final das contas o erro ou o acerto acabam dando no mesmo. Sei que é clichê, mas é verdade (risos).

Como é o seu estilo de vida?
Desregrado e simples. Não sei o que significa a palavra rotina, mas um dia eu chego lá! O que mais faço é trabalhar e passar o tempo de bobeira com as pessoas que eu gosto. Adoro fazer as coisas bobas do dia a dia como ir ao supermercado, cozinhar para os amigos, ir à praia de bicicleta, passar a tarde em casa lendo…

Não gosta de balada?
Sou bem mais caseira. Prefiro mil vezes ir ao cinema e jantar a me jogar na boate. Mas de vez em quando, sair para dançar faz um bem danado. Mesmo assim, prefiro shows. Tenho um grupo de amigos inseparáveis que também já fazem parte da minha família.

Você pratica ioga em busca de equilíbrio de corpo e mente?
A ioga entrou na minha vida quando eu morava na Nova Zelândia. Me ajudou a lidar com as dificuldade de se viver em uma terra estrangeira e a me tornar uma pessoa mais calma e consciente, além dos benefícios físicos. Pratico até hoje, com menos frequência e disciplina do que eu gostaria. Mas mesmo assim me ajuda a manter o foco e o equilíbrio nessa vida tão desregrada.

Você é vegetariana por ideologia, por gosto ou um pouco dos dois?
Não como carne vermelha nem frango. Por pena mesmo. Eu parei de comer carne vermelha com uns 10 anos de idade. Ia para o sítio da família, olhava a vaquinha e pensava que não queria matar e comer aquele bicho que eu achava tão bacana. O frango foi uma consequência desse processo. Talvez um dia eu também pare com os peixes, mas hoje eles são parte importante da minha alimentação.

E o cigarro? É um vício que você tenta largar ou você gosta e assume?
Como eu poderia gostar de um vício? Comecei a fumar muito cedo, escondida, e passei um bom tempo achando que tinha controle sobre a situação, até que resolvi largar e não consegui, o caso clássico! Detesto o cigarro, já larguei várias vezes. Mas ex-fumante nunca será não fumante. Agora estou em um momento sem cigarro, parei tem um mês. Fui fazer uma visita às crianças com câncer, e vê-las ali, tão pequenas, lutando contra uma doença tão radical, me fez ter raiva da minha própria falta de força de vontade. Vi que não tinha o direito de arriscar minha saúde desse jeito. E parei. Tomara que dure.

O que te deixa mais feliz?
Saber que encontrei no trabalho uma razão para minha vida. Perceber que estou crescendo sem perder a paixão e o entusiasmo pelo novo, pelo lado imprevisível da vida. Passar uma tarde no cinema com a minha avó, meu programa favorito desde filhote. Saber que vivo cercada de pessoas especiais e maravilhosas, que me conhecem profundamente e que fazem parte de mim.

Qual o melhor ensinamento que você considera que seus pais passaram para você?
Meus pais me ensinaram como me posicionar em relação à vida. Minha mãe sempre foi uma mulher muito forte e batalhadora. Me ensinou a ter perseverança, a correr atrás do que eu quisesse. O meu pai sempre foi um homem muito carinhoso e íntegro, me ensinou várias coisas, mas a principal foi a importância de ter responsabilidade sobre os meus atos e respeitar o próximo.

Bonita, famosa, morando no seu próprio apartamento… Como fica a relação com os meninos? Você tem que dar muito fora ou achar que você é muito assediada é um pensamento fantasioso?Totalmente fantasioso. Tem uma coisa engraçada que acontece hoje em dia. Nunca sei se tem alguém me paquerando porque fica um monte de gente me olhando de rabo de olho por causa da novela. Ninguém olha e pensa: Nossa que pessoa interessante. Pensam: Conheço essa menina de algum lugar… Ah! da novela, nossa ela é revoltada! (risos)

Você é amiga dos seus ex-namorados?
Graças a Deus! Outro dia eu estava pensando: Nossa, eu sou uma pessoa de muita sorte, só namorei caras muito bacanas! Acho importante manter a amizade, são pessoas que passaram pela minha vida e ajudaram a construir o que eu sou hoje, fazem parte de mim. Não dá para simplesmente deletar.

(por elisa duarte)

je ne suis pas ta poupée

5 de março de 2014